08/08/14

Há 7 anos atrás

Há sete anos atrás, começava eu a entrar na casa dos 30. E na altura, a passar a fase mais dificil da minha vida. Contudo, quis festejar o meu aniversário, afinal, não iria repetir o ter feito 30 anos!
Estou prestes a completar mais um aniversário. O número 7, considerado mágico, sagrado, ou número de quem acredita em numerologia, faz com que uma das caracteristicas do seu portador (como eu) é a de investigador/pesquisador. Mas, o 7 remete para os ditos anos de ambundância, seguidos de "pobreza" ou outras designações. Normalmente atribui-se ao fim de cada 7 anos, um fim de um ciclo.
Seguindo a lógica deste raciocínio, acabo por considerar que sim, estou a fechar um ciclo. Um ciclo que começou há 7 anos atrás, marcado por uma situação que causou em mim grande pesar pela doença do meu pai. Ao falar deste assunto, hoje em dia, o sentimento é de serenidade, mas, o final do ano de 2007 recordo-o como sendo de grande intensidade emocional. 
Os anos seguintes até Março de 2010, foram anos de aprendizagem sobre afinal de contas quem eu sou, eu que até à data era filha do meu pai, ver-me sem essa identidade em mim, como é que eu me iria (re)inventar, como seria a nova Fátima, volvidos 2 anos que me via sem ele. A depressão não entrou em mim, ao invês, busquei recursos, a alternativas, fui às entranhas de mim para perceber, sentir quem eu SOU. Foram anos de busca, descobertas, aprendizagem para ocupar o vazio sem ter a sua presença. Conclui no final que já dispunha em mim todas as ferramentas, as quais já ele me tinha ensinado...tive só que recorrer às lembranças do seu sorriso vital, sorriso de alegria que sentia pela vida. Fui então percebendo que a sua herança estava em mim, no momento que também eu comecei a sorrir para a vida!
De 2010 até 2014, desafiei-me a entrar na Faculdade, fazer o meu Curso de História, já há muito adiado...
Este ciclo de 7 anos, está a fechar como modo de finalmente estar a colher o que fui plantando, cada semente que deixei, ora com sabor a dor, sabor a tristeza, depois, sabor a compaixão, sabor a luta...fui recebendo colheita boa finalmente só a partir do ano passado. Frutos doces, de pessoas novas que têm vindo a fazer parte da minha vida, de situações boas, e aprendo deste modo a ser grata. E fui percebendo, que conforme mais ou menos eu gostar de mim, conforme mais ou menos eu me respeitar, assim vou recebendo de igual modo do mundo que me rodeia. 
A busca do eu, continua, não para atingir a "perfeição", mas, para nunca esquecer que preciso de mim, preciso do meu eu, para ter o melhor que a vida me dá.
De realidades que no momento eram bem presentes e sentidas, foram pouco a pouco sendo metamorfoses que devido à sua natureza mutável têm vindo a contribuir para evolução de (mim).
Quem cria afinal a realidade dos ciclos, somos nós.

Até à próxima