Para começar Portugal desde a formação da sua nacionalidade que teve de defrontar os reinos já consolidados de Leão e Castela. Ou seja, a "luta" para a hegemonia da nação portuguesa tem sido sempre constante desde que há memória.
Os estrangeiros com quem trabalho, questionam nas visitas que realizo como é que Portugal se fez nação? Espanha tem sido sempre o país da Península Ibérica que mais se sobressai.
E em outros casos, se não são " nuestros hermanos" a ficarem com os louros, são os italianos, ou de outra nacionalidade mais uma vez sem mérito.
Eis alguns exemplos:
Copérnico entra na História por ter provado que a Terra se move em torno do sol em pleno século XVI. Porém, se recuarmos quase 100 anos, a empresa marítima portuguesa já tinha demonstrado que o sol era uma estrela e está parado. A esta descoberta se deve anos e anos de viagens maritimas para sul do Atlantico, na tentativa de chegar à Índia. Para não falar do cruzeiro do sul, constelação que vai orientar as viagens a sul da linha do equador, uma vez que se deixa de poder visualizar a estrela polar. E a quem se deve tal descoberta? Aos italianos, aos espanhóis? Não, a Pedro Escobar e João de Satarém que passam o Cabo Branco em 1471.
No livro Portugal - Pioneiro da Globalização - vem um paragráfo que expõe mais um dos pontos que se relaciona com esta temática, que passarei a citar:
Os financistas tendem a confundir, erroneamente, a revolução comercial da época com o afluxo de prata e ouro monetarizáveis do «Novo Mundo » mexicano e andino na segunda metade do século XVI, que serviu aos monarcas espanhóis para financiarem o sonho hegemónico dos Habsburgos na Europa - que, como se sabe fracassaria - e aos mercadores europeus e aos banqueiros alemães e italianos para "sugarem " o tesouro espanhol. Os financistas " atrasam" a revolução económica mais de meio século!
Ora, o mundo de então mudou com a rota do Cabo e depois com o posicionamento estratégico no Índico e no Pacifico por parte dos portugueses.
Outro exemplo, todos de vós concerteza já viram este mapa:
É conhecido mundialmente como mapa de Cantino, este nome é de autor italiano. Na verdade, ele era um espião, que chegou a trabalhar com D. Manuel I. Ao autor do mapa se deve a um cartografo anónimo português.
O inicio da Idade Moderna, foi quando? Segundo os dados "oficiais" estabele-se em grosso modo a 1453. Data da vitória dos Otomanos sobre a Constantinopla cristã que já assim era durante 1000 anos ( Idade Média ).
Pois, mas, não se está a ignorar as circunstancias geo politicas europeias que deram a alavanca para a Expansão maritima portuguesa e esse feito ser considerado sim, o grande marco da Idade Moderna? Não irei me prolongar mais neste tema, pois, escrevia VOLUMES. Mas, resta-me só acrescentar que este sigilo de não espalhar por sete ventos afinal como a História de Portugal tem de ser escrita para o mundo, vem já de D. João II.
Ah e outro tópico que foge a este, Santo António, também nos foi roubado pelos italianos...que dizem eles é de Pádua!
Isto tudo, porque o italiano, grita a quem quer ouvir que Leonardo da Vinci é de lá...Miguel Angelo também!! Bem...o mais grave é darem a voz por outros que não tem assim tanto mérito, como Filippo Sasseti, que se diz ser ele o primeiro tradutor de obras literárias de línguas indicas (Índia ) e levou essas obras para o ocidente em finais do século XVI, quando esse papel já tinha sido feito pelos jesuitas portugueses anos antes...
Fico por aqui, até à próxima
2 comentários:
Até que enfim!
Devia haver mais Portugueses como você!
Sempre tive e tenho orgulho de ser portuguesa e, com certeza, muito contribuiu a História apresentada por meu pai.
Continue assim pois ENSINARÁ muitos portuguses a conhecerem MELHOR a sua GRANDE HISTÓRIA.
Pois é, eu culpo os vendedores de recordações, vejo montes de eléctricos, Amália, Fátima e Ronaldo e nada de Vasco da Gama.
Precisamos de T-Shirts dos descobrimentos, também ajudava se um politico levantasse o rabo da cadeira (que já deve estar a ficar lá colado :P) e assinalasse o aniversário da viagem à Índia com um discurso nas Nações Unidas ou algo do género.
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