04/10/10

Andar na escola nem sempre foi um mar de rosas

Um dia destes estive a ler um artigo antigo, escrito por Fernanda Câncio pertencente há revista do DN.
Lá, ela falava de bullying, e conta um episódio de bullying que se passou á 40 anos atrás sendo ela a "vítima" e refere que na altura não havia definição para tal, mas que sempre existiu e só agora é que se toma consciência disso.
Ao ler não pude evitar de me recordar de memórias já há muito adormecidas em mim.
Andava eu no 5º e 6º ano, quando uns miúdos lá da Preparatória embirravam comigo. Tinha a Ana como minha protectora, uma miúda mais pequena do que eu, mas de uma coragem inigualável, ao ponto de os enfrentar e bater-lhes para me defender.
Chegava a fugir deles para a casa dela, a fim de me sentir protegida dos putos que insistiam em me chatear.
Uma vez sem eu já lá me lembrar porquê, uma matulona chegou-se ao pé, estando eu sentada á espera que a aula começasse e bateu-me...
Esta situação entretando acalmou-se, até que no 9º ano decidi me impôr, cheguei ao ponto de mandar uma cadeira para o chão durante uma aula de Geografia de tanta raiva que sentia por não me aceitarem numa turma nova que tinha acabado de chegar por ter chumbado nesse ano...tinham-se passado 3 anos em paz e não permitia que me gozassem outra vez, sempre sem motivo!
E quando li o que a Fernanda Câncio escreve, foi tal e qual o que sinto, ela descreve-se na terceira pessoa, desta forma:
Sabe que resistiu, e que isso a fez mais forte e aprender a nunca ser vítima, mas que haveria talvez formas menos brutais e maquiavélicas de aprender, sabe que estas coisas acontecem e que é preciso falar delas, e sobretudo levá-las a sério, e perceber que se alguma coisa mudou, foi que agora lhes damos um nome e as reconhecemos como problema.
E é a ti Ana, minha querida, que te dedico este texto, onde quer que estejas, sei que continuas a ser um anjo na minha vida, um anjo no céu que vela por mim.
Até à próxima

1 comentário:

Ana disse...

Olá!
As crianças e os adolescentes conseguem ser muito crueis!
É um problema muito grave e não vejo grandes esforços governamentais no combate deste fenómeno tão antigo!
Beijinhos